terça-feira, 22 de novembro de 2011

CABRA MARCADO PARA MORRER

MOFO
NESTA SEXTA, DIA 25, NO AUDITÓRIO DA JOÃO NEGRÃO.




O filme é uma narrativa semidocumental da vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962. Foi interrompido em 1964, em razão do golpe militar, o qual as forças policiais cercaram a locação no engenho da Galiléia e interromperam as filmagens, parte da equipe foi presa sob a alegação de comunismo e o restante se dispersou. Foi recomeçado 17 anos depois, recolhendo os depoimentos dos camponeses que trabalharam nas primeiras filmagens e reencontrando a viúva de João Pedro, Elizabeth Teixeira, que até então vivia na clandestinidade. 

DIA 25.11.11 - 19hs - Entrada Franca

Local: IFPR Campus Curitiba - Auditório - Sede da João Negrão
R. João Negrão, 1285

Debatedores convidados:


Eduardo Baggio
Mestre em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná com a dissertação “O Cinema Documentário e seu Caráter Distintivo: a similaridade entre o objeto imediato e o objeto dinâmico”, doutorando da PUC/São Paulo com o trabalho “A realização fílmica segundo as teorias do cinema documentário” e Professor de Cinema nas Universidades Tuiuti, Positivo e do curso de cinema da FAP. Como cineasta já realizou mais de 25 filmes que acumularam 15 prêmios.


Luciano Coelho 
Cineasta paranaense, realizou o filme de ficção média-metragem “O Fim do ciúme” (2002), ganhador de dois kikitos no Festival de Gramado entre outros prêmios. Ministra oficinas de audiovisual no Projeto Olho Vivo. Na área de documentários foi diretor do curta em 16mm “História de um Passado Perdido” (1998), realizado no Chile e prêmio de roteiro e menção especial para filme no Festival de Cinema de Curitiba; do curta “Vida de Balcão” (2007), prêmio de Melhor Documentário no Festival Iberoamericano de Sergipe e no Festival de Cinema de Cascavel, entre outros.

6 comentários:

  1. Cabra traz a questão do documentário interativo comentado por Fernão Ramos, aonde vemos o Coutinho interagindo mesmo com seus entrevistados, conversando, jogando perguntas significativas que, a priori, talvez não estivessem no roteiro de entrevistas. Um documentário que usa imagens do filme que ele seria (ficcional) como imagens de arquivo, fazendo com que a história contada, flua com mais facilidade.

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  2. Coutinho tem marca reggustrada em todos os seus filmes: o compromisso de "chocar" o espectador com aforma como "manipula" a realidade dos fatos na tela. Constroi uma narrativa ficcional intercalada com o "real" das entrevistas, conhecido no documentário. Na montagem, utiliza planos curtos,com timing fast, intercalando planos gerais, e planos mais abertos enquanto a história é narrada, com timing slow. A relação que faz com os entrevistados, fazendo perguntas, direcionando-os a ideia do filme, a ideia que deseja passar é marca registrada de Coutinho, principalmente nos filmes atuais, mas o mais interessante é o contraste que coloca na tela, paralelamente entre o que é ficção, as cenas gravadas, dos acontecimentos marcantes da história, onde percebe-se a encenação, o "falso" e o que é "real", por assim dizer, que seriam as entrevistas. Mas mais uma vez, como disse, o envolvimento que Coutinho tem, perguntando, interagindo com o entrevistado faz juz a marca dele de que não é real mesmo, que ele está manipulando o "real"...

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Nesse filme, Eduardo Coutinho nos coloca frente com a representação direta do documentário, tudo graças a evolução tecnológica dos aparelhos de produção e também ao momento cultural e politico no país; entrevistas, depoimentos, camêra na mão, dão um carater mais real do que expositivo, como a maioria dos filmes acabavam. O filme não se refere apenas as batalhas sociais fixadas pelos trabalhadores rurais, mas também, ao dia dia dos camponeses; a produção é acima de tudo, humana. Entrelances de planos buscam o passado, o presente e o futuro dos personagens, o idealizador busca ir a fundo na realidade. Narrações em off, feitas pelo próprio realizador, mantém o público diretamente ligados ao diretor, uma boa interação; A obra é bem sequenciada, o que promove mais segurança ao telespectador.

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  5. "Cabra marcado para morrer" se insere dentro do contexto do Cinema Direto.
    Tem como base a utilização da entrevista como referência básica, a presença do realizador e a interação entre as partes.
    A narrativa do filme combina os elementos de linguagem cinematográfica de forma bastante livre.
    O realizador não se prende a modelos pré estabelecidos de qualquer natureza só está em busca do tempo real, da vida vivida pelas pessoas e suas possibilidades de transformação.
    O filme se utiliza de vários planos narrativos entrelaçados para contar várias histórias.

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  6. A idéia de fazer um filme junto com documentário, o que acontece anos mais tarde, com pessoas que nunca atuaram, não tinham contato com cameras e equipamentos audiovisuais, é muito agradável, especialmente por se tratar de pessoas que viviam uma realidade sofrida como a que eles viviam na Paraíba naquela época.
    Coutinho está constantemente interagindo com as pessoas, provocando emoções, fazendo-os revivenciar lembranças.
    O que mais chama a atenção foi ver a reação daqueles que participaram das filmagens ao se ver 17 anos mais tarde, torna-se emocionante ver como o tempo muda as pessoas, como as lembranças alegram mas também machucam, do qual a montagem contribui mostranda cenas antigas com as da época do documentário.

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